Deus me deu uma família muito show.
Hoje estava conversando com as minhas tias e uma delas começou a falar sobre casamentos. No meio da conversa uma delas, exagerando muito, disse que mulheres de origem muito humilde, de poucos recursos, quando casam deveriam logo morrer, por que o sofrimento em seguida é enorme.
Fiquei chocada na hora, aí vieram as explicações...
Quando a mulher vai casar ela pensa só nas coisas boas, que vai dormir junto, acordar junto, beijinhos para lá e para cá, mas geralmente elas casam com homens do mesmo meio, mesmo nível sócio-cultural, e a educação desses homens costuma ser machista, cuja maioria espera que a mulher atue como escrava (não com essas palavras), afinal eles esperam encontrar a casa limpa, roupa lavada, cueca limpinha, comida pronta, filhos lustrados, esposa limpinha, lindinha e cheirosinha, e ainda querem sair no fim de semana para beber cerveja esperando na volta encontrar um caldinho quentinho para curar a ressaca... Muitas são as vezes em que essas mulheres aguentam porrada caladas por que os maridos são quem sustenta a casa, e sem eles, elas não têm como manter os filhos (que começam a vir logo no começo do casamento)
Na realidade o que ela queria passar (e passou depois) é que as mulheres precisam escolher bem com quem vão casar. Precisam prestar atenção à pessoa escolhida, pois ela não irá mudar após o casamento. Todo mundo precisa de qualidade de vida, inclusive no casamento. Se o homem durante o namoro não é gentil e não tem atitudes delicadas, tais como, te levar uma flor, escrever um bilhete bonitinho, te ajudar com algo, levar para jantar num lugar especial sem ser uma data especial, se interessar pela suas coisas, incentivar, apoiar, se não divide os assuntos dele com você, então não espere que após casar ele o faça. E casamento feliz, com qualidade, tem dessas coisas, precisa de delicadeza, não uma vez ou outra e sim sempre, e homens com esse tipo de comportamento são difíceis de encontrar, pois isso é oriundo de uma educação que vem de berço... e olha como é a educação social no nosso país...
Minhas tias também lembraram que a minha avó sempre incentivou as filhas a trabalharem, serem independentes dos maridos, pois culturalmente eles tendem a querer mandar nas mulheres, e escravizá-las às atividades domésticas, ao invés de dividir as atribuições. Essa independência financeira dá liberdade e força à mulher para fazer o que quiser sem depender do marido e também para repelir atitudes impositivas dele.
Afinal, ao longo dos anos os homens vêm sendo ensinados que serão os chefes da casa, que homem tem que sustentar a mulher, e não que a mulher deve ser tratada com todo amor, respeito, delicadeza, carinho, compreensão, igualmente como ela deve tratá-lo, por que ela é sua companheira, sua cúmplice.
Fiquei pensando... é verdade, se você namora um cara que não é muito carinhoso, que não dá flores, que não leva pra dançar (quando vai é arrastado resmungando), que não te ajuda quando você precisa (enrola), ele não vai passar a ser gentil só porque casou.
Eu mesma quero um lord (pode ser meio desengonçado, estabanado, desastrado, mas com boa intenção) e não um ogro total, que é grosso por maldade com intenção de subjugar a mulher ou que faz sacanagem com intenção cruel real.